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Zack Exley, consultor da campanha de Bernie Sanders, participou de palestra na RAPS

4 de maio de 2018

Zack Exley, consultor da campanha de Bernie Sanders, participou de palestra na RAPS

“Por que ouvir um perdedor?”, questionou Zack Exley durante palestra no dia 27/04, no auditório da RAPS em São Paulo. Exley foi consultor da campanha de Bernie Sanders pela indicação do Partido Democrata dos Estados Unidos à presidência dos EUA em 2016. 30 pessoas se reuniram numa sexta-feira à noite para ouvir, durante quase duas horas, o consultor comentar sobre algumas estratégias de mobilização utilizadas na campanha de Sanders.
Sanders, mesmo não conseguindo a vaga, recebeu a indicação do Partido Democrata em 22 dos 50 estados americanos, e mobilizou milhões de pessoas que financiaram a campanha e organizaram centenas e milhares de eventos públicos de apoio à candidatura.
“Campanhas nos Estados Unidos são grandes experimentos e funcionam como as startups: você começa sem empregados e sem dinheiro para, seis meses depois, ter centenas ou milhares de funcionários e milhões de dólares arrecadados”, definiu Exley.
Aprofundando uma experiência que já havia acontecido nas duas candidaturas de Obama à presidência dos EUA, a arrecadação de recursos de Sanders concentrou-se em pequenos doadores. De acordo com números apresentados por Exley, o senador recebeu US$ 228 milhões em doações, vindos de mais de 8 milhões de eleitores, sendo que o valor médio doado por cada um foi de US$ 27.
Esse resultado foi fruto de diversas estratégias. Um marco foi, segundo Exley, o evento de lançamento da campanha pela indicação, realizado 18 meses antes das eleições, que reuniu 10 mil pessoas. Essa demonstração de apoio foi fundamental para a conquistar espaço na grande mídia, o que ajudou a criar “um ciclo virtuoso”, segundo o consultor. “Com mais espaço nos jornais e na televisão, mais apoiadores, o que gera mais notícias”, explicou.
Com base em cadastros de campanhas anteriores e recolhidos no site da candidatura durante o processo do evento de lançamento, eles conseguiram reunir 5 milhões de e-mails. Exley conta que o primeiro e-mail enviado para essa base foi pedindo doações. Os e-mails pedindo para que as pessoas fizessem campanhas por telefone ou organizassem reuniões públicas de apoio ao candidato foram posteriores.
Na avaliação do consultor do Partido Democrata, Bernie Sanders não conseguiu a indicação porque, apesar das pessoas concordarem com a análise que ele fazia sobre o aumento da desigualdade no EUA, não conseguiu apresentar um plano concreto de como enfrentar essa o problema.
No entanto, para Exley, duas das propostas apresentadas por Bernie Sanders foram as grandes responsáveis pelo impacto do candidato nas redes sociais: a garantia de acesso gratuito à saúde e ao ensino superior. Segundo, a maioria dos estudantes universitários entraram na campanha de Sanders por conta dessas propostas. “A campanha nas mídias sociais viralizou praticamente sozinha”, afirmou.
Por que Trump ganhou?
Apesar das inúmeras reportagens e grande debate que tem fomentado, Exley não acredita que a atuação da consultoria política Cambridge Analytica tenha sido decisiva para a vitória de Donald Trump na eleição presidencial. Segundo ele não existia uma estrutura tão grande na campanha do candidato republicano para analisar e produzir conteúdo específicos para cada perfil de eleitor.
Exley credita a vitória do republicano a uma “boa análise das tradicionais pesquisas eleitorais”. Segundo ele, a campanha de Trump entendeu que, caso conseguisse ampliar em alguns pontos percentuais a votação nos três estados do chamado cinturão da ferrugem, antigos centros de produção industrial, poderia ganhar a eleição no colégio eleitoral. O consultor lembra que, na reta final da campanha, o candidato republicano fazia até três grandes comícios por dia naquela região. “Não foram os telefonemas ou as ações nas redes sociais que garantem uma vitória, mas os grandes eventos públicos”, avalia Exley.
Cambridge Analytica
De acordo com reportagens publicadas em março pelo New York Times e pelo The Guardian, a Cambridge Analytica teria conseguido acesso sem autorização aos dados de mais de 80 milhões de usuários do Facebook. Com base nessas informações teria traçado o perfil político e orientado a criação de propagandas da campanha de Trump.

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