Imaginemos um cidadão enfrentando os seguintes problemas: 1) cansaço para ler um jornal ou revista, à noite, em sua casa, após um dia de trabalho; 2) alergia estranha, que nunca é curada, provavelmente a pó ou algo parecido; 3) uma lâmpada na sala queimada há meses e que ele ainda não teve tempo de trocar.
Ao cansaço, ele simplesmente enfrenta insistindo na leitura, o que o faz mais cansado a cada dia. Para a alergia, já conseguiu uma boa receita médica e toma um medicamento que ameniza os sintomas. Mas, a lâmpada, ainda não encontrou tempo, em função do corre-corre da vida, para trocá-la.
Vamos criar aqui uma hipótese para explicar os dois primeiros problemas e apontar sua relação com o terceiro. Se a sala está escura, (a lâmpada está queimada) isso pode dificultar a leitura, pois exige mais esforço visual, o que acaba cansando-o. Nessa condição, é mais difícil também ver o pó que se acumula e pode estar causando a alergia. Como o cidadão não tempo de trocar a lâmpada, ele ataca os dois problemas sem enfrentar a causa: lê mais penosamente e toma medicamentos.
Pensar na dificuldade de compreender o conceito de Sustentabilidade tem semelhança com essa metáfora. Se não observamos os problemas sob uma nova perspectiva (luz), podemos estar tomando decisões equivocadas para tentar solucioná-los. “Trocar a lâmpada” significaria colocar novos olhares sobre antigas dificuldades.
A Sustentabilidade nada mais é do que uma abordagem sistêmica para os problemas da atualidade, ou seja, de compreender melhor as relações entre causa e efeito, ambiente e sociedade, economia e ecologia etc.
Para que o conceito possa ser entendido pelos cidadãos, falta a decodificação dessas relações para o domínio e a vida cotidiana de todos, ou seja, uma educação voltada para a mudança dos paradigmas (lâmpadas novas). Aqui, está a mais importante tarefa do momento para o mundo político: tornar claro o escuro. A RAPS tem compromisso com essa tarefa. Simples assim.
por Zysman Neiman
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