Ultimamente, o Brasil vem se deparando com pautas que colocaram o país em alerta. Insinuações sobre a lisura do processo eleitoral brasileiro, constantes ataques contra a nossa democracia, política ambiental e a imagem do Brasil no exterior são alguns pontos que hoje merecem a atenção não só dos atores políticos, mas, também, da sociedade civil. Para debater esses e outros temas, a RAPS, representada por sua gerente de Desenvolvimento Institucional, Cássia Marques da Costa, foi uma das convidadas do almoço com o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança / Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, realizado na Residência da União Europeia, em Brasília, no último dia 5 de novembro. O almoço foi oferecido pelo Embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, em razão da visita do Alto Representante ao Brasil.
No evento, Cássia Marques apontou alguns pontos que preocupam a RAPS como, por exemplo, as inúmeras insinuações contra o processo eleitoral brasileiro, colocando em dúvida as urnas eletrônicas, e as tentativas de desrespeitar as regras constitucionais de eleições regulares e livres. Ela também sugeriu que a União Europeia possa ajudar para que tenhamos um processo limpo e sem tentativas de rupturas.
“Nós achamos que seria muito importante se a União Europeia pudesse acompanhar de perto as eleições de 2022, uma vez que a movimentação política começará a intensificar a partir de abril por conta dos prazos para desincompatibilização, filiações partidárias etc. Além disso, presenciaremos uma das eleições mais polarizadas desde a redemocratização, com um eleitorado muito inflamado e com possível não aceitação de um resultado perdedor”.
A gerente de Desenvolvimento Institucional da RAPS aproveitou a ocasião para chamar a atenção dos convidados sobre o isolamento do Brasil do resto do mundo, trazendo impactos ambientais e econômicos, e a pobre agenda ambiental patrocinada pelo Executivo Federal.
“O Brasil se isolou do mundo nesses últimos anos do governo Bolsonaro. Perdemos oportunidades e corremos o risco de perder muitos negócios. O governo federal e o Parlamento brasileiro ainda não compreenderam a urgência das mudanças climáticas. A pesquisa recente conduzida pela RAPS com os parlamentares deixa isso bem claro”, disse, fazendo referência à pesquisa sobre a Agenda do Clima no Congresso Nacional lançada recentemente pela organização. “Apesar do governo brasileiro estar anunciando, nesse momento, em Glasgow, metas ambiciosas para a redução das nossas emissões, a realidade doméstica é de uma política de desmonte, onde não há orçamento, equipe técnica e infraestrutura para implementar uma política ambiental adequada às necessidades do país.”
Além da RAPS, também participaram do almoço o ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública, Raul Jungmann, o professor da Fundação Getúlio Vargas, Oscar Vilhena, e o Embaixador José Alfredo Graça Lima, representando Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
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