Hoje foi mais um dia de agenda cheia da RAPS na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP26, principal cúpula da ONU para debate sobre questões climáticas, em Glasgow, na Escócia. Continuando com a sua contribuição no debate sobre a mudança do clima, a RAPS, representada pela nossa diretora executiva, Mônica Sodré, foi convidada para participar de dois painéis para trocas de experiências e ideias sobre o clima.
O primeiro evento do qual participamos foi o “Code Red for Parliaments: Vital Institutions in The Climate Emergency”, realizado pelo Parlamento Escocês, UK Climate Change Commitee e Nordic Council, órgão de cooperação entre os parlamentos dos países nórdicos e que reúne 87 parlamentares da Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e outros. O encontro, que teve entre os seus convidados o presidente do Comitê de Mudanças Climáticas do Reino Unido, Lord Deben, proporcionou uma troca interativa de ideias entre convidados e o público presente, onde cada um teve a oportunidade de falar da sua experiência e visão sobre o tema.
Em sua fala, Mônica Sodré trouxe aos presentes alguns achados da nossa pesquisa “A agenda do clima no Congresso Nacional”, estudo inédito realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), e lançada no dia 23 de setembro na Climate Week NYC.
“Esse trabalho foi composto por uma pesquisa de opinião com 159 parlamentares, uma análise transversal dos votos e discursos sobre projetos de lei relacionados às mudanças climáticas, e o desenvolvimento de um índice que mede o alinhamento dos Deputados com a agenda climática. Primeiro, ficou claro que nosso Governo Federal e o Parlamento não entenderam a emergência climática. A grande maioria dos deputados (94%) diz estar interessada no assunto, mas não se vê como parte do grupo de fabricantes de mudanças”, diz.
Mônica também falou como que a agenda verde é vista politicamente no Congresso. “A pesquisa afirma que a agenda climática é percebida como um tema ideológico, que está associada à esquerda e à oposição do governo”.
Logo em seguida, a RAPS foi uma das convidadas do painel “Green New Deal Brasil: 30 ações até 2030 para um desenvolvimento justo e sustentável”, evento que apresentou o Green New Deal Brasil – GND-BR, iniciativa idealizada pelo Líder RAPS e deputado federal Alessandro Molon (PSB/RJ) e com apoio do Instituto Clima e Sociedade – iCS.
O estudo apresenta um plano de 30 ações, a serem realizadas até 2030, divididas em cinco eixos temáticos – infraestrutura; cidades; uso do solo e florestas; transição econômica justa e sustentável; e mudanças políticas e normativas, que pretende reativar a atividade econômica e a geração de emprego e renda por meio de investimento em setores e atividades de baixo carbono, na construção de uma infraestrutura resiliente e na expansão dos serviços públicos para o atendimento da população.
“Esse estudo não é um obstáculo para o desenvolvimento, ao contrário, é um modelo de desenvolvimento. É um modelo de geração de emprego e renda. É um modelo de redução de desigualdades”, disse o Líder RAPS.
Perguntada sobre como o Congresso Nacional se comporta sobre a agenda da sustentabilidade, a nossa diretora executiva pontuou alguns dados apresentados em pesquisa sobre agenda do clima no Congresso. “O que os parlamentares falam e o que fazem são coisas muito diferentes. A pesquisa apontou que 75% dos entrevistados se declaram interessados na questão climática, mas só 7% afirmam que seus colegas estão muito interessados”.
“Para os parlamentares ouvidos, somente 15% do eleitorado se mostra muito interessado na agenda ambiental. Isso destoa significativamente de outras pesquisas de opinião feitas por outras instituições que mostram que os eleitores já colocam a questão ambiental e climática no centro das suas preocupações”.
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