Educação é o tema central que uniu a RAPS e a Fundação Lemann numa parceria para discutir a chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no dia 25 de maio em São Paulo.
O primeiro encontro neste sentido debateu as diretrizes do documento que está sendo produzido em âmbito federal e que definirá os direitos e objetivos de aprendizagem dos alunos para cada ano do Ensino Fundamental e Médio, respeitando as diversidades regionais.
Mediada pelo Líder RAPS Alexandre Schneider, a discussão contou com a presença de Camila Pereira, diretora de Políticas Públicas Educacionais da Fundação Lemann, e Cleuza Repulho, ex-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
O texto do BNCC está sendo preparado com a contribuição de professores, estudantes, pais, organizações da sociedade civil, pesquisadores e de escolas públicas e privadas. O projeto deverá ser aprovado até o dia 24/06, como estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE).
Cleuza Repulho, que, além de compor o “Movimento pela Base Nacional Comum” (grupo de especialistas em educação que busca facilitar e acelerar o processo de construção da BNCC), possui vasta experiência trabalhando em Secretarias de Educação, destacou a importância de ouvir os profissionais da educação na elaboração do projeto. “Eu tenho ido a todos os lugares para conversar com os professores. Principalmente os professores porque são eles que farão a Base acontecer na sala de aula. O grande desafio será fazer chegar na sala a melhor Base que esse país e seus especialistas conseguirem escrever”, ressaltou.
O mediador Alexandre Schneider considera importante o fato de várias pessoas, vindas de diferentes ideologias, se reunirem em torno de uma única causa que é a melhoria do processo educacional. “É muito rico o Brasil contar com organizações que têm agendas distintas, mas que estão olhando para a mesma educação. São técnicos e especialistas com ideias e visões de mundo diferentes, mas que estão trabalhando juntos para garantir um direito que é de todas as nossas crianças e jovens”, salientou. Camila Pereira explicou que a mobilização pelo BNCC se deu por meio de três frentes principais: mobilização (com pressão social para que o documento fosse criado), frente técnica (contribuições de especialistas) e, frente articuladora (promotora do engajamento dos atores envolvidos em torno do tema, sobretudo os professores).
O evento foi aberto para participação e perguntas, tanto presencialmente quanto pela internet. Ao final, Cleuza Repulho resumiu a importância das mobilizações em torno do tema. “Hoje o Brasil tem 3,5 milhões de crianças que deveriam estar na escola e não estão. Quem são essas crianças? As mais pobres, as deficientes, as do campo, as negras. Essa é uma luta de quem acredita na Educação. Há algo que nos une: fazer educação para todos”, concluiu.
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