A Rede de Ação Política Pela Sustentabilidade participou na manhã desta sexta-feira (8) da Audiência Pública que debateu os projetos e propostas que o Brasil levará à Conferência do Clima COP26, evento que será realizado no mês de novembro em Glasgow, na Escócia. O encontro, proposto pelos deputados Camilo Capiberibe (PSB-AP) e Neri Geller (PP-MT), foi organizado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados e teve, entre outros convidados, a gerente de Desenvolvimento Institucional da RAPS, Cássia Marques da Costa.
Cássia destacou a importância da COP26 para o futuro da governança global das mudanças climáticas, e explicou por que essa edição é muito aguardada, apontando duas razões principais: “A primeira é que a comunidade internacional precisa definir as condições para implementação do Acordo de Paris e a gente não pode mais esperar. O último relatório do IPCC é bastante claro ao dizer que o Planeta está esquentando cada vez mais rápido e a janela de tempo para que a gente possa agir está se fechando”, enfatizou.
“A segunda razão é que a pandemia da covid-19 escancarou as relações perversas entre o homem e a natureza e a recuperação econômica em outros moldes, com menos empecilho em carbono, se tornou imperativa. As mudanças climáticas são o maior desafio do século 21 e não vai haver solução possível sem a preservação da natureza”, completou.
Em sua fala, a gerente de Desenvolvimento Institucional da RAPS relembrou alguns achados da nossa pesquisa “A agenda do clima no Congresso Nacional: uma pesquisa sobre a opinião e o comportamento dos parlamentares brasileiros”, lançada no dia 23 de setembro na Climate Week NYC, para apontar a responsabilidade do parlamento sobre a agenda verde. “(A pesquisa apontou que) os parlamentares, apesar de se declararem bastante sensíveis à agenda climática, não se veem como parte da solução desse problema. Além disso, acham que seus eleitores não estão preocupados com isso, contrariando as diversas pesquisas de opinião que demonstram que o eleitorado tem cada vez mais preocupação com esse tema e espera ações concretas dos agentes políticos”, aponta.
Ela também apontou a contradição entre o discurso dos parlamentares e ações efetivas que busquem frear o atual descaso ambiental vivido pelo Brasil no governo Bolsonaro. “O parlamento brasileiro se diz muito preocupado em relação aos efeitos da mudança do clima, mas pouco tem feito para barrar projetos que envolvem retrocessos importantes, tais quais os de área de preservação permanente, demarcação de terras indígenas e aqueles aqui já mencionados que hoje estão em tramitação no Senado, relativos ao Licenciamento Ambiental e Regularização Fundiária”.
Também participaram do debate o secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, do Ministério de Relações Exteriores – MRE, Embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, da diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IMPA, Ane Alencar, do diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto, do advogado e assessor da Conectas Direitos Humanos, Gabriel Mantelli, e do presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
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