Emergência climática, agronegócio, bioeconomia e mercado de carbono. Esses são alguns dos temas sobre os quais um grupo de políticos de diferentes partidos, entre deputados, senadores e governadores, estão debatendo e trocando experiências no curso Política e Desenvolvimento Sustentável: Caminhos para o Brasil, que acontece em São Paulo nesta quinta e sexta-feira (31 de agosto e 1 de setembro).
Uma iniciativa da RAPS em parceria com a Fundação Konrad Adenauer Stiftung (KAS Brasil) e o Insper, o curso tem o objetivo de aprofundar o conhecimento de lideranças políticas em temas transversais à agenda do desenvolvimento sustentável, como energia, agropecuária, soluções baseadas na natureza, entre outros. Ao longo dos dois dias, os participantes tem discutido e identificado possíveis soluções políticas dentro de suas respectivas atuações para transformar a realidade socioeconômica brasileira de forma mais inclusiva, economicamente próspera e ambientalmente responsável.
Uma das convicções da RAPS é de que a agenda climática é a agenda política do século XXI. Essa premissa foi lembrada por Mônica Sodré, cientista política e diretora-executiva da organização, em sua fala inaugural na quinta-feira, na qual listou também os desafios dessa pauta. “Essa agenda é vista como uma questão da esquerda e parte da nossa missão no curso é superar essa visão. A mudança climática afeta a vida de todos nós e não pode ser vista como uma questão ideológica”, afirmou.
O segundo desafio, segundo Mônica, é que muita gente acredita que esse é um problema do futuro. “Nós sabemos que é uma questão do presente. As consequências já estão sendo sentidas e não da mesma forma por todos. Os mais vulneráveis serão os mais afetados. A questão climática é um potencial acelerador de desigualdades em todo o mundo. Sabemos que o assunto não está sendo considerado na medida e na velocidade necessária para a tomada de decisão”, acrescentou.
Por isso, a RAPS considera tão importante reunir diferentes atores políticos para nivelar conhecimento, se capacitar, compreender melhor a agenda do clima e tomar decisões. “Convidamos esse público diverso ideologicamente para exercer o valor que a RAPS mais preza, o da amizade cívica, e construir de forma conjunta soluções para os desafios que estão colocados”, complementa Isabelle Rodrigues, gerente de projetos e advocacy da RAPS.
O deputado federal Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), um dos participantes do curso, concorda com essa visão. “Trata-se de uma questão transversal, civilizatória. Por isso, precisamos achar os pontos de convergência”, diz ele, que demonstrou interesse em debater as perspectivas do agronegócio na Amazônia e estratégias para manter a floresta em pé. Marina Helou (Rede Sustentabilidade), deputada estadual por São Paulo, concorda: “A política é fundamental na construção do país e sociedade que queremos.”
Ana Paula da Silva, conhecida como Paulinha, deputada estadual de Santa Catarina pelo Podemos e líder RAPS, celebrou a iniciativa do curso: “Quando você não aguenta mais e parece que vai passar a vida enxugando gelo, vem a RAPS e recobra sua esperança, te dá energia para seguir e acreditar que construiremos o país que a gente deseja.” Esse é o nosso propósito: ajudar a construir uma sociedade com sustentabilidade social, econômica e ambiental.
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