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Programa para desenvolvimento de lideranças climáticas leva parlamentares à Dinamarca

23 de janeiro de 2023

Programa para desenvolvimento de lideranças climáticas leva parlamentares à Dinamarca

Em um cenário no qual o Brasil é o quinto maior emissor de Gases de Efeito Estufa (GEE), em que as mudanças climáticas são a pauta política do século 21, a Rede de Ação Política Pela Sustentabilidade (RAPS), em parceria com a Embaixada da Dinamarca no Brasil e Universidade de Copenhague, levou uma delegação composta de cinco parlamentares brasileiros para a Dinamarca por meio do programa Lideranças Políticas pelo Clima (Political Climate Leadership). O objetivo da iniciativa foi de oferecer uma programação de qualificação técnica e política sobre transição energética, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, apontando ações, de curto e longo prazo que intensifiquem a atuação dos congressistas brasileiros no tema e a coloque no centro da agenda pública.

Na Dinamarca, a delegação foi composta pelas Lideranças RAPS Greyce Elias (Avante/MG) e Renata Abreu (Podemos/SP) e pelos deputados federais Flávia Morais (PDT/GO), Arthur Maia (União Brasil/MA) e Covatti Filho (PP/RS), além de membros da Embaixada da Dinamarca no Brasil, representada pela Mette Strand Gjerløff, Ministra Conselheira, e Bruna Becker Karnal, líder da equipe política. A equipe RAPS foi representada na figura da Mônica Sodré, nossa diretora executiva, e Isabelle Rodrigues, Gerente de Advocacy e Projetos. A semana na Dinamarca foi composta por uma intensa agenda de compromissos que incluiu visitas, audiências com parlamentares e ministros de Estado dinamarqueses, networking e trocas de experiências sobre políticas e práticas bem-sucedidas do país na questão climática.

“As mudanças climáticas são uma realidade já com algumas consequências irreversíveis. A mitigação dos danos causados pela crise do clima passa pelo nosso Congresso Nacional, que tem o poder de propor políticas públicas que avancem na redução das emissões de gases de efeito estufa”, diz Mônica Sodré, diretora executiva da RAPS. “Precisamos que nossos parlamentares passem não apenas a compreender o tema, suas causas e efeitos, mas, também, conheçam iniciativas bem-sucedidas, como é o caso da Dinamarca, troquem experiências e conhecimento, trazendo projetos e leis que possam ser adaptadas no Brasil. A agenda do clima é, sem dúvida, a agenda política do século 21”, complementa Mônica.

Acompanhe como foi a agenda dos parlamentares brasileiros na Dinamarca.

  • 16 de janeiro

Em seu primeiro dia de compromissos, a delegação brasileira iniciou os trabalhos participando de uma audiência na Prefeitura de Copenhague, encontro onde foram apresentadas as iniciativas e políticas bem-sucedidas voltadas para a mitigação das mudanças climáticas, seus impactos positivos no cotidiano, além de troca de conhecimentos e perspectivas de implantação de ações semelhantes no Brasil.

“O Programa que estamos fazendo aqui na Dinamarca está contribuindo muito para que possamos levar alguns avanços sobre mitigação das mudanças climáticas para o Brasil”, afirma o deputado federal e presidente da comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, Covatti Filho (PP/RS). “Um dos exemplos é que aqui eles incentivam, com desconto de tributos, a aquisição de veículos híbridos e elétricos para diminuir as emissões CO2. Dentro desse exemplo, conseguimos levar (esse exemplo) à legislação brasileira porque, quando falamos de energias renováveis, o Brasil é um grande exemplo”.

No Ministério das Relações Exteriores, a Secretária de Estado Lina Gandløse Hansen enfatizou o papel do Brasil nas cooperações internacionais em práticas sustentáveis e destacou a importância do Congresso Nacional em potencializar o país como um agente atuante nas discussões sobre as mudanças climáticas.

Na última agenda do primeiro dia, na Universidade de Copenhague, a delegação conheceu um pouco mais sobre a agenda global para as mudanças climáticas, práticas de mitigação e adaptação e a atuação da Dinamarca dentro dessas agendas no seminário ministrado pela professora Katherine Richardson chefe do Centro de Ciências da Sustentabilidade da Universidade de Copenhague e ex-membro do Grupo Independente de Especialistas da ONU.

  • 17 de janeiro

Neste dia, os parlamentares brasileiros visitaram o State of Green, uma parceria público-privada com a missão de compartilhar aprendizados da política verde da Dinamarca para outros países que reúne diversos pesquisadores, instituições locais e políticos. O momento foi de profunda troca de experiências, conhecimentos técnicos e avaliação dos potenciais projetos que podem ser adaptados e replicados no contexto brasileiro para integrar a agenda política do Congresso Nacional.

“Uma oportunidade como essa é importante para que possamos conhecer práticas inovadoras e sustentáveis que estão tendo resultados efetivos em outros países para que inspire o nosso mandato e, assim, passando a ter uma agenda da sustentabilidade mais efetiva no Brasil. Aqui na Dinamarca, uma referência para o mundo, falamos de energia limpa, usina de lixo e ciclovias” diz a Liderança RAPS Greyce Elias (Avante/MG), deputada federal e integrante da Frente Parlamentar em Defesa das Energias Renováveis.

No Ministério do Clima e Energia da Dinamarca, o Subsecretário de Política Climática Global, Christian Steenberg, compartilhou as principais iniciativas dinamarquesas para redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e a agenda do carbono zero no país.

Fechando o segundo dia, a delegação se reuniu com Ole Emmik Sørensen e Malene Hovgaard, da Agência Dinamarquesa de Energia, para conhecer o setor estratégico dinamarquês para redução das emissões de carbono, sua relação com o Brasil e como a Agência apoia o desenvolvimento da política climática.

“Tivemos a chance de absorver muitas informações importantes de um país que lidera a redução de carbono e consegue conscientizar a população da utilização de bicicletas, da redução de carros de combustíveis fósseis e no uso de carros elétricos, além de outros exemplos que fazem a diferença na mitigação da crise climática que temos no mundo, sendo esse um problema de todos nós”, revela Flávia Morais (PDT/GO), deputada federal e integrante da Frente Parlamentar em Defesa das Energias Renováveis.

  • 18 de janeiro

No penúltimo dia de delegação, o Ministro Conselheiro da Embaixada do Brasil em Copenhague, Carlos Moscardo, recebeu a comitiva do Programa para apresentar semelhanças e diferenças entre o sistema político nórdico e a política brasileira, as recentes eleições dinamarquesas e a cooperação entre os países em energia limpa.

Seguindo a programação, a delegação brasileira realizou uma visita ao Parlamento da Dinamarca, seguido de um almoço de trabalho com parlamentares dinamarqueses. No encontro, estiveram os representantes das Comissões de Clima, Energia e Abastecimento; Clima, Energia e Serviços Públicos; Política Externa; e Meio Ambiente e Alimentação, evento que proporcionou produtiva troca de informações e boas práticas entre parlamentares dos dois países.

“Ao longo desses três dias, nós tivemos uma profunda experiência na Dinamarca. Visitamos instâncias do governo dinamarquês, conversamos com cientistas, parlamentares e outros atores sobre meio ambiente, com encontros produtivos para que nós pudéssemos ter uma noção de como a Dinamarca tem evoluído e ensinado ao mundo sobre energia limpa”, relata Arthur Maia (União Brasil/MA), deputado federal e integrante da Frente Parlamentar em Defesa das Energias Renováveis.

No Ministério do Meio Ambiente, os políticos brasileiros realizaram uma agenda onde foram compartilhadas políticas bem-sucedidas voltadas ao desenvolvimento de soluções sustentáveis e discussões sobre adaptação climática para alagamentos, gestão de resíduos e acordos entre países pelo clima.

  • 19 de janeiro

No último dia do Programa, a delegação de parlamentares brasileiros conheceu as instalações da Copenhill, usina de geração de energia limpa que desempenha um papel fundamental nas ambições da cidade de Copenhague em atender a meta de carbono zero até 2025. O empreendimento é capaz de converter 440 mil toneladas de resíduos em eletricidade e aquecimento para 150 mil residências anualmente, sendo nomeado ‘Edifício Mundial do Ano 2021’ no festival anual de arquitetura mundial.

“A Dinamarca é um exemplo para o mundo na questão da sustentabilidade e a prioridade que eles deram para o meio ambiente, um tema que, muitas vezes, não se dá a devida importância, mas que está diretamente afetando a vida dos cidadãos do mundo”, adverte a Liderança RAPS Renata Abreu (Podemos/SP), deputada federal e presidente Nacional do Podemos. “Se essa geração de políticos hoje não fizer o exercício de compreender as pautas que vão afetar a vida das pessoas, não estaremos, de fato, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor”.

Próximas ações 

Como parte do Programa Lideranças Políticas pelo Clima, a RAPS e Universidade de Copenhague lançarão, em breve, um curso online e gratuito sobre clima e mitigação das mudanças climáticas. Com legendas em inglês e português, ele estará disponível em uma plataforma de aprendizado para todos os interessados, do Brasil e do mundo, abordando fronteiras planetárias, clima, biodiversidade e sistemas de mudança de terra; o sistema alimentar; o sistema energético e o sistema urbano, entre outros temas. O conteúdo visa compartilhar informações e promover capacidades técnicas em atores interessados em incorporar as mudanças climáticas e a sustentabilidade em sua ação diária em diferentes níveis com base na experiência dinamarquesa.

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