Nesta manhã de quinta-feira, 27, a RAPS organizou webinário em parceria com a Aliança pela Ação Climática (ACA) do Brasil sobre gestão e meio ambiente. No centro da discussão, estava o convidado especial, o ex-governador Eugenio Prieto, da Antioquia, na Colômbia. Um dos 32 estados do país, a região fica a noroeste, tendo ao norte o mar do Caribe e ao sul, Córdoba.
O evento foi fechado, mas trouxemos a discussão aqui para o blog. Prieto atuou de 2002 e 2003 como governador, mas deixou como legado o Modelo de Desenvolvimento Local Regional de uma Antioquia Nova, que tem como pilar a proteção ao meio ambiente. É considerado o primeiro projeto deste tipo, na Colômbia.
Com fala rápida e muitos gráficos na tela, o ex-governador explicou as bases do projeto e como foi implantado. Trata-se de um plano de urbanização com metas evidentemente verdes que, por exemplo, tributava com taxas maiores pessoas que não seguiam as leis sustentáveis. Em outras palavras, nenhum cidadão era obrigado a colaborar, mas o Estado dava um empurrãozinho para isso acontecer.
“A Antioquia é uma região de 4,5 milhões de pessoas, que precisava ter independência administrativa de implantar as taxas necessárias para um desenvolvimento harmônico da região.” Em sete anos, a cidade conseguiu superávit de COP 180 bilhões.
Rotina sustentável
“Precisamos de uma constituição verde”, diz o político colombiano. Ele explica que para uma cidade é preciso mais do que caber dentro de um espaço. No ritmo acelerado do desenvolvimento metropolitano, as cidades e a área rural estão praticamente se unindo. Freiar a destruição ambiental requer um ciclo virtuoso. “Projetos de casas sustentáveis precisam de materiais sustentáveis, de pessoas sustentáveis, que façam escolhas sustentáveis na rotina.” E por aí vai.
“Todos tem o direito de um território com condições ambientais.” Para isso, não basta apenas a secretaria do Meio Ambiente ter bases sustentáveis, se as demais não seguem as mesmas diretrizes. Transporte, Saúde, Habitação, Educação e Sociedade têm de estar alinhadas.
Secretarias alinhadas
“É preciso que os políticos entendam mais a ciência e a ciência entenda mais os políticos. Nem todos os recursos para um projeto como esse tem de sair do poder público. Pode sair das empresas. Assim quem contamina o meio ambiente paga mais em tributos. Na Colômbia, 60% da poluição vem dos veículos. Carros antigos poluem mais que os novos. Há necessidade da implantação de formas mais limpas de se movimentar”, diz ele. Na Colômbia, as cidades incentivam o transporte de bicicleta com a construção de ciclovias seguras.
A troca de conhecimento internacional e local é fundamental para disseminar soluções que deram certo e novas ideias. Já pensou um Banco de Boas Práticas, como a da RAPS, mas internacional? Para Prieto a rota de crescimento verde é o caminho para garantir o equilíbrio do meio ambiente para as futuras gerações, antes que os recursos naturais se esgotem.
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