Por Guilherme Leal, presidente do Conselho Diretor da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade.
Há quase 40 anos, atuo como empresário e empreendedor social nos campos da ética, educação e sustentabilidade. Uma das principais razões que motivou minha decisão de participar da política institucional foi a convicção de sua importância para a construção de um Brasil mais justo, próspero, democrático e sustentável.
É fundamental que todos participemos da política. Por isso, aceitei compor a chapa com Marina Silva, em 2010, para mostrar, a exemplo de outros cidadãos brasileiros, que é possível fazer a diferença em favor do correto, do bem comum e do Brasil.
Acredito que devemos agir pensando no todo e não somente nos próprios interesses. Isso incomoda. Muito. Infelizmente, no Brasil de hoje há uma clara tentativa de alguns em colocar todos na vala comum. Querem afirmar que todos são iguais, todos são corruptos, e não há o que fazer além de se conformar e, consequentemente, buscar um grande acordo para que todos se salvem.
Para se safar, ou sabe-se lá com quais outros objetivos, querem sequestrar minha reputação nesta rota de fuga da prisão. Não o farão.
Indignado, quero registrar aqui meu repúdio à mentira e à covardia deste tipo de ataque à minha honra, bem como à de meus companheiros de jornada.
Refuto, surpreso com a ousadia e a desfaçatez, as supostas alegações veiculadas pela imprensa neste final de semana de que, no ano de 2010, eu teria solicitado doação ilegal através do chamado “caixa-dois”, ao então presidente da OAS, Sr. Léo Pinheiro.
É mentira.
Caso esta alegação se confirme no contexto da delação premiada, este senhor responderá criminalmente no âmbito da operação Lava-Jato e também pela grave ofensa a minha honra e reputação.
É importante ressaltar que nossa proposta foi apresentar à sociedade uma candidatura alternativa, com uma visão de desenvolvimento sustentável para o Brasil. Sem o engajamento e o apoio de empresários não avançaríamos na transformação positiva do país. Esse engajamento era e é importante, assim como o de todos os cidadãos brasileiros.
Recebi o Sr. Léo Pinheiro em meu escritório, uma única vez, no dia 31 de maio de 2010. Ele foi apresentado a mim e veio acompanhado pelo Sr. Alfredo Sirkis, então dirigente do Partido Verde e responsável pela pré-campanha. Estava na reunião o Sr. Leandro Machado, então meu assessor. Discutimos as propostas de economia e sustentabilidade da campanha que se delineava, como fizemos em outras reuniões com empresários de vários setores econômicos.
Houve, da parte do Sr. Léo Pinheiro, a sinalização do interesse da OAS em apoiar financeiramente a campanha. Disse-lhe expressamente que eventual contribuição seria bem-vinda, sem qualquer contrapartida ou compromisso e nos estritos termos da lei. Isto é: de forma transparente e com o devido registro no Tribunal Superior Eleitoral.
A empresa OAS não fez nenhuma doação para o comitê financeiro da campanha presidencial que se iniciou em julho de 2010. Nunca mais falei com esse senhor.
É público que houve doação da OAS para o Comitê Financeiro Único do Partido Verde do Estado do Rio de Janeiro, devidamente registrada no TSE.
Estes são os fatos. Confio e espero que tudo seja devidamente apurado pela Justiça.
Não sei a quem serve esta suposta tentativa de atacar reputações e colocar pessoas honradas em uma vala comum. Sei que não serve ao País.
São Paulo, dia 14 de junho de 2016.
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