O Módulo II de Formação dos Líderes RAPS 2019 contou com o painel “Futuro do Trabalho e Sustentabilidade Social: Como garantir trabalho e um futuro sustentável para a geração atual?”. Cayan Portela, pesquisador IPEA/UnB, foi um dos participantes e apresentou o trabalho realizado pelo LAMFO (Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações), grupo de pesquisa em Machine Learning formado por alunos, ex-alunos e professores da Universidade de Brasília.
Cayan Portela compartilhou com os Líderes RAPS 2019 um estudo que fornece estimativas da probabilidade de automação de ocupações no Brasil, fator relevante para a criação de políticas públicas voltadas ao trabalho. “São os primeiros esforços no Brasil para se formar um panorama e quantificar esse fenômeno da automação do mercado de trabalho”, afirmou.
O pesquisador também apresentou um panorama mundial em que diversas ocupações têm sido substituídas por autômatos nos últimos anos, especialmente as profissões rotineiras. De acordo com ele, um estudo da Universidade de Oxford aponta que cerca de metade dos empregos nos EUA correm o risco de serem automatizados nos próximos 20 anos.
O estudo feito pelo LAMFO buscou mensurar a probabilidade de automação das ocupações no Brasil e apresentar os resultados de maneira livre e aberta no portal lamfo.shinyapps.io/automacao. A pesquisa apontou que cerca de 25 milhões de brasileiros trabalhavam em ocupações com probabilidade de automação alta e muito alta em 2017. O número representa quase 55% da população de empregados formais do país.
Os dados sobre o potencial de automação indicam possíveis transformações no mercado de trabalho brasileiro, não necessariamente o número de futuros desempregados. “É preciso pensar como cuidar de quem vai ser mais prejudicado pelas mudanças que estão acontecendo no mercado de trabalho. É fundamental uma ação a partir de hoje, não podemos esperar”, explicou Cayan Portela.
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