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Fórum “Amazônia é solução” lança propostas para os 100 primeiros dias de governo

26 de outubro de 2022

Fórum “Amazônia é solução” lança propostas para os 100 primeiros dias de governo

Nesta quarta-feira (26), RAPS, Uma Concertação pela Amazônia e Estadão realizaram o Fórum Estadão Think “Amazônia é solução”, marcando o lançamento da publicação “100 primeiros dias de governo: propostas para uma agenda integrada das Amazônias”, documento que propõe políticas públicas e ações legislativas para superar os maiores desafios da Amazônia e seus habitantes. O evento reuniu especialistas e personalidades, em temas como democracia, criminalidade, educação, saúde e desenvolvimento sustentável. Participaram diversas personalidades, como a líder indígena do povo Witoto, Vanda Witoto, o senador eleito Flávio Dino (MA), a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, o deputado federal Marcelo Ramos (AM), liderança RAPS. 

No lançamento da publicação, a diretora executiva da RAPS, Mônica Sodré, apontou os efeitos da crise climática no Brasil e como ela afeta uma população com fortes contraste sociais. “A crise climática tende a acentuar desequilíbrios porque ela é uma produtora de pobreza. E, em especial, num país tão marcado por imensas desigualdades como o Brasil, ela pode ter implicações como o aumento da fome e das dificuldades de acesso a recursos, como a água”. 

Para Mônica, uma sociedade mais justa e igualitária, como prevê a Constituição, passa pelo entendimento que sustentabilidade e desenvolvimento econômico podem andar lado a lado. “É chegada a hora de a economia e a natureza se reconciliarem, gerando ganhos de prosperidade, bem-estar e renda para a população”, disse. “É preciso que a gente trabalhe todos os dias para que a nossa democracia se concretize em mais ganho de vida, melhor qualidade, mais oportunidades para todo mundo, em todos os lugares e por mais tempo possível. É por isso que nós estamos aqui, para que a Amazônia seja a prioridade dos nossos políticos”, afirmou a diretora executiva da RAPS. 

Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú e secretária executiva da Concertação, destacou a importância do lançamento da publicação, especialmente, neste ano de eleições gerais. “Neste ano eleitoral ganha força a necessidade de a gente reafirmar a nossa democracia. E defender que o Brasil democrático começa no cuidado com os nossos próprios recursos, e isso inclui a nossa gente, as nossas florestas, a nossa biodiversidade, a nossa riqueza étnico-racial e sociocultural”. 

Durante sua participação no painel “Amazônia, democracia e criminalidade”, Mônica Sodré enfatizou que sustentabilidade e clima não têm sido prioridade dos agentes políticos no Brasil, corroborando a sua fala ao trazer alguns dados de três pesquisas que a RAPS realizou com organizações parceiras.  

“Os nossos deputados federais e senadores entendem que, para combater o aquecimento global, a gente deveria investir em energia renovável como medida prioritária, e não no combate ao desmatamento, o que mostra um certo descolamento, embora, claro, a transição energética seja importante”, referindo-se ao estudo realizado com a Fundação Getúlio Vargas e com o Instituto Clima e Sociedade, num cenário onde boa parte das emissões de gases de efeito estufa partem de mudança do uso da terra e quase 80% do desmatamento. 

Outro levantamento citado foi o realizado junto com Uma Concertação pela Amazônia, que observou o comportamento dos 91 deputados federais da atual legislatura, sendo que um dos achados foi de que a pauta ambiental tem maior engajamento de partidos  à esquerda. “Sustentabilidade é vista, percebida e trabalhada muitas vezes como uma questão associada à esquerda, e isso precisa mudar, precisa ser uma prioridade de agentes políticos de todo o Brasil”, destacou Mônica Sodré. 

E por último, ao citar a pesquisa mais recente realizada em parceria com o Fórum de Segurança Pública, a diretora executiva ressaltou a importância de uma sociedade mais justa no fortalecimento da democracia. “Eu me referi, na minha fala anterior, ao fato de que a mudança do clima é uma produtora de desigualdades. A gente precisa cuidar, observar e trabalhar todos os dias para que essas desigualdades não acabem aprofundando as fissuras da nossa democracia e a fragilizando”. 

A íntegra do evento está disponível neste link. O documento dos 100 dias está disponível no site da Uma Concertação Pela Amazônia. 

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