No segundo dia de formação de Líderes RAPS 2015 (17/5), o tema central dos debates foram as mudanças climáticas e a posição do Brasil na Conferência sobre o Clima (COP21) que será realizada em dezembro na França.
A palestra inicial foi do professor, físico e ex-ministro e secretário de Ciência e Tecnologia e de Meio Ambiente, José Goldemberg. Ele fez uma explanação histórica sobre o crescimento das emissões de CO2 na atmosfera a partir da era industrial e revelou que com o impacto do aumento de concentração de gás efeito estufa (GEE), a perspectiva é de uma elevação de 2ºC na temperatura da terra até 2050. Ele explicou que o objetivo da Conferência é estabelecer compromissos entre os países para estabilizar a concentração dos GEEs em níveis que impeçam os impactos sobre o clima. No início deste século, o Brasil registrava uma elevação anual de emissões de GEEs na ordem de 2,4%. Goldemberg demonstrou que desde 2010 este índice tem aumentado substancialmente e deveremos chegar a 2020 com um aumento de 4,1% ao ano.
Ele defendeu que o Brasil se comprometa com a adoção de medidas para que essas emissões sejam reduzidas já a partir de 2025 e estas medidas devem envolver práticas de redução sobretudo em relação às emissões dos automóveis e de setores específicos da indústria, como cimento, aço e alumínio. Sobre este assunto, Goldemberg publicou um artigo no jornal O Estado de São Paulo, edição de 18/5/15, onde aprofunda o tema afirmando que o Brasil tem condições de conquistar a liderança na área ambiental e que a participação na COP 21 é uma grande oportunidade para protagonizarmos este processo.
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