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[Entrevista] André Dutra fala sobre Juventude e Política

4 de agosto de 2014

Andre-dutra
Neste mês a RAPS dá início a uma nova sessão em seu site.
Com o objetivo de aproximar os membros de nossa rede e estimular a troca de experiências, faremos entrevistas periódicas com nossos Líderes Políticos (Jovens, Empreendedores e Líderes RAPS).
Com histórias e iniciativas variadas, esses protagonistas têm muito a nos ensinar e, por isso, essa sessão dará voz a eles.
Nosso primeiro entrevistado é o Jovem RAPS André Dutra, que ingressou na rede RAPS em fevereiro deste ano (2014).
André mora em Brasília, tem 28 anos e, há 6, atua na política institucional. Foi candidato a Deputado Distrital em 2010 e nas eleições deste ano será novamente candidato (ao mesmo cargo). É formado em relações internacionais (IESB) e especialista em Gestão Pública, além de ter estudado Gestão Pública, Turismo, Mobilidade e Sustentabilidade em Krems, na Áustria.
 
Confira abaixo o nosso bate-papo com ele!
 
RAPS – Pelo seu currículo percebemos que, desde cedo, você demostrou interesse em participar de forma ativa na vida pública. De onde veio este engajamento?
André Dutra – Meu engajamento vem principalmente das coisas que vivi. Venho de família humilde, usei todos os serviços públicos desde criança (Educação, Saúde, Transporte…) e quando fui crescendo e percebendo melhor as desigualdades, falta de informação, mesmos problemas se repetindo, resolvi começar a mudar minha atitude. Como estudante, sempre fui representante de classe, do início do Ensino Fundamental até o final da pós-graduação. A escola me abriu os olhos para mostrar que a Educação é o único caminho para dar oportunidades iguais e futuro de vida para as pessoas. Assim, quando estava na faculdade, aos 22 anos, me filiei a um partido político e iniciei minha vida realmente dentro da política. Aos 24, recém-formado fui candidato pela primeira vez a deputado distrital, o mais jovem do partido. E veja, hoje aos 28 anos e já em outro partido, sou ainda o mais jovem candidato a deputado distrital do meu partido. É muito difícil renovar, infelizmente.
RAPS – Como você percebe a juventude dentro do cenário político? Existe interesse e participação? Quais são os bons exemplos/iniciativas que podemos ver atualmente?
AD – A juventude é muito desconfiada em relação à política. Aqueles que se envolvem, em geral abandonam rapidamente, já que o “jogo” é muito duro e desigual. As lideranças falam em renovação, mas não dão o devido valor aos jovens quando estes entram para as fileiras institucionais (partidos). Os que ficam, vão levando na garra, no sacrifício pessoal e segurando nas ideologias e sonhos. Esse jovem inspirado, inspirador e guerreiro, ainda é minoria. A maioria se afasta simplesmente pela mitificação da política e pelos exemplos ruins que temos diariamente em todo o Brasil de pessoas que se aproveitam do público para obter ganhos privados. Mas o interesse existe, sim.
As manifestações de junho demonstraram isso. A RAPS demonstra isso, basta falar com cada um desses jovens incríveis que usam seu tempo, seus recursos, seu conhecimento em busca da construção de uma sociedade mais justa, um Brasil melhor. O melhor exemplo, atualmente, são as candidaturas de jovens, de diferentes colorações partidárias e ideologias, mas que se pautam na política pelo sonho de fazer algo que mude positivamente a realidade dos que os rodeiam. Vocação, sonho e retidão ética vão mudar o país.
RAPS – A participação da juventude na vida pública existe, mas ainda precisamos evoluir nesse sentido. Concorda? Quais as barreiras para um maior envolvimento dos jovens na política institucional?
AD – Concordo plenamente. A primeira coisa seria uma repactuação de poder dentro dos partidos. Quem quer perder poder e deixar de ser cacique? Mas como renovar, sem se desestabilizar as atuais estruturas de poder? As juventudes partidárias são, em geral, tratadas como um braço importante, mas de pouca expressão no que tange a tomar as rédeas dos partidos políticos e trabalhar uma construção de futuro. Quando os “líderes” partidários olharem para seus quadros jovens, vocacionados e ideológicos, vão se dar conta de que são esses os que podem ter depositado em si a confiança para um trabalho leal e compromissado com as pessoas.
RAPS – Pedimos que deixe uma mensagem aos jovens – de sua idade e mais novos – sobre a necessidade do envolvimento com a política institucional.
AD – Política é uma escolha. Ninguém é obrigado a militar politicamente, muito menos se candidatar. Ao mesmo tempo, não há espaço vazio na política: se você, jovem cheio de ideias e de bem, não ocupar os espaços institucionais existentes, alguém pior que você ocupará. Por isso, gostaria de ver mais e mais grupos de jovens que amam o Brasil e têm boas ideias se organizando e tomando os partidos, independentemente de quais sejam. São os jovens a resposta não apenas para um futuro melhor, mas para agora, hoje!
RAPS – Qual o poder que os jovens têm nas mãos?
AD – Poder ilimitado. O poder das ideias e da juventude pode fazer qualquer coisa. Desde que seja compromissado com valores éticos, preparados para servir ao público e não se servir do público e que tenha sempre a humildade de ouvir diferentes pontos de vista e construir o progresso em conjunto. Os jovens, nós, temos o poder agora de mudar positivamente o futuro do Brasil. Hoje, já! Falta organização e principalmente conhecimento. A RAPS é um desses grupos que me arrepiam e mostram que essa organização e compartilhamento de conhecimento está acontecendo. Saia da sua zona de conforto e se envolva. Pode começar na sua rua, trabalho ou escola. Depois de iniciar, ninguém mais quer parar quando vê como é bom mudar a vida das pessoas para melhor!

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