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Debate sobre panorama político aborda riscos e oportunidades da crise

13 de dezembro de 2016

Debate sobre panorama político aborda riscos e oportunidades da crise

Foto com Fernando Rei, membro do Conselho Diretor da RAPS
Fernando Rei, membro do Conselho Diretor da RAPS

 
Um dos momentos mais importantes do Encontro Anual da RAPS foi a ampla discussão sobre o panorama político do Brasil, coordenado pelo professor Fernando Rei, membro do Conselho Diretor da organização.
Ele disse que, nestes quatro anos de existência, é surpreendente o crescimento da RAPS como um espaço de formação de lideranças alinhadas à agenda da sustentabilidade. “Quatro anos atrás a discussão era sobre descentralização do poder e todo mundo achava estranho. Hoje percebe-se que o debate tem absoluta pertinência, tendo em vista as mobilizações sociais no país inteiro. Eu não tenho dúvidas de que se existe a possibilidade de uma renovação política, essa renovação passa necessariamente pela RAPS”.
Várias lideranças políticas participaram da discussão, entre elas, o deputado federal Thiago Peixoto (PSD/GO), que lembrou as pautas importantes que estão em discussão e tramitação no Congresso, a despeito do momento delicado que o país atravessa, como a PEC do teto dos gastos públicos, a reforma do Ensino Médio e a reforma da Previdência. “Temos que fazer com que haja grande mobilização em torno desses temas porque eles representam oportunidades reais de mudanças significativas no país”.
 
Leia a seguir alguns dos principais comentários sobre o panorama político do Brasil:
Deputado Índio da Costa (PSD/RJ): “A crise está em 2 pilares fundamentais: a ética e a economia. O Brasil vive um período que indica mudanças extremas e uma necessária depuração na política”.
Daniel Duarte (Líder RAPS/RS): “O mundo vive atualmente uma nova revolução industrial, uma revolução disruptiva, tecnológica, que vai além da internet e contempla realidade virtual, moedas criptografadas, entre outras inovações e a política precisa acompanhar essa revolução, que pode inclusive ajudar a colocar o Brasil no primeiro mundo”.
Leandro Machado (Cientista político e membro do Conselho Diretor da RAPS): “Este momento político de teste das democracias mundiais pode estar chegando ao fim. É preciso ver as falhas da democracia e atualizá-la. A necessidade de atualização aponta para duas questões: riscos e oportunidades. Os riscos são o caos institucional, a falência múltipla da democracia. E as oportunidades são aproveitar o momento para trocar, atualizar, ver quais outras funcionalidades podem ser colocadas e aprimorar. A RAPS é um espaço importante para isso”.
Vereador Andrea Matarazzo (PSD/SP-Capital): “Hoje temos 70% da classe política desconectada da sociedade. Problemas institucionais e econômicos são uma consequência de duas outras crises: a da educação, cujos indicadores vêm piorando, e a crise da imprensa, que não aprofunda nas informações à sociedade e discute decisões do Supremo como se fossem questões de futebol”.
Jorge Caldeira – jornalista e membro do Conselho de Ética da RAPS:  “A média que um brasileiro passa por dia no Facebook é de 3 horas. Em cada post, a média de leitura é de 3 segundos. A pessoa não lê o texto inteiro, só o título e dá ‘curtir’ ou ‘descurtir’.  Não aprofunda, não discute e, ao tomar uma posição radical, está criando o clima beligerante que vivemos hoje. Não haverá sobrevida para a imprensa escrita, a não ser que se altere a maneira como o jornalista trabalha. Se a imprensa não for financiada de outro jeito, não haverá futuro para a informação qualificada”.
Adriano Ferreto – Líder RAPS (PT/GO): “Fui candidato a vereador debatendo a bandeira LGBT numa cidade conservadora como Goiânia. Além dos problemas pessoais que enfrentei, a questão financeira foi um obstáculo dificílimo.  O preconceito social é gravíssimo no Brasil e a política realmente não representa a diversidade da sociedade. É preciso colocar na mesa a questão do financiamento público das campanhas para que se possa disputar as eleições em condições menos desiguais”.
Raquel Lyra (PSDB/PE): Não há democratização real dentro dos partidos e isso tem que ser discutido no Congresso, numa reforma política. A política de cotas não garante representatividade. Somos maioria na população, mas minoria nos espaços de poder. Temos que mudar isso”.
Humberto Laudares – Líder RAPS (SP-Capital): “ Até 2018 não haverá estabilidade política.   As pessoas estão perdendo empregos, oportunidades, e, cada vez mais, vai se rifando o país. Se não houver um grupo no Congresso que esteja realmente disposto a fazer as discussões de forma séria para operar as mudanças necessárias, nada avança”.
Vereador Ricardo Young (REDE/SP-Capital): “Hoje o Brasil está vivendo uma crise tão grave quanto a que a Argentina viveu. A possibilidade do governo Temer cair é grande. A equação é dramática pois a instabilidade política pode, sem dúvida, interferir na estabilidade econômica. A RAPS consegue unir o melhor da inteligência política do país. Essa inteligência deve começar a pensar, de forma suprapartidária, o que será do Brasil se houver esse vácuo institucional.  É preciso pensar em outros caminhos para fazer a travessia da crise da democracia”.

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