A crise dos partidos políticos brasileiros, a pouca credibilidade das legendas e as falhas do sistema eleitoral que favorecem verdadeiras “aberrações”, foram os temas tratados pelo cientista político Claudio Couto (FGV) na tarde do primeiro dia de formação e capacitação dos novos Líderes RAPS. Na avaliação do professor Claudio Couto, as regras eleitorais deveriam ser mais restritivas, o que permitiria que partidos semelhantes se fundissem numa única legenda, reduziria o sistema de “barganha” entre as legendas e traria mais coerência para o processo eleitoral, ao facilitar a compreensão do eleitor na hora da escolha de seus representantes.
Já o professor Humberto Dantas, do INSPER, disse que o grande desafio do Brasil é mudar a cultura política do Brasil e a RAPS tem grande contribuição a dar neste processo. Em sua palestra, ele pontuou aspectos importantes de uma necessária reforma eleitoral mas defendeu também reforma do Judiciário e reforma administrativa do governo.
“O papel da RAPS é desenvolver uma rede para aproximar, fortalecer e incentivar o exercício da atividade política no melhor dos sentidos. Uma vez em rede e o mais horizontal possível, muito mais do que exercer, o projeto RAPS irá viabilizar um processo de construção de projeto de país. ”
O cientista político Carlos Melo (INSPER) fez uma reflexão sobre o papel do líder ao longo da história e disse que o Brasil hoje vive uma verdadeira crise de lideranças. Entretanto, destacou que este é um conceito que não se ensina. “Liderança não se ensina, mas se aprende. Não é um conteúdo que se ensine na escola ou em cursos temáticos, mas se aprende a ser líder com a vida, pela observação, pelos bons exemplos que nos inspiram. Por isso, olhar para a história é fundamental.”
No final da tarde do primeiro dia, os três cientistas políticos responderam às perguntas dos líderes RAPS e abordaram questões desde conjuntura política nacional à confiabilidade das urnas eletrônicas.
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