O Brasil tem emitido sinais preocupantes quando o assunto é democracia e preservação do meio ambiente. Esses problemas não são só do nosso país. Diante deste cenário, a RAPS, em parceria com a Fundação Fernando Henrique Cardoso, promoveu uma palestra “Os desafios da governabilidade da democracia na América Latina”, com ex-ministro de Relações Exteriores e atual senador, Ignácio Walker.A palestra fez parte do Integra RAPS, evento que deu as boas-vindas aos novos Líderes RAPS de 2021. O encontro contou ainda com uma mensagem do ex-presidente chileno Ricardo Lagos (mais sobre a fala do Lagos neste link).
Advogado e defensor dos direitos humanos, Walker é conselheiro do Instituto Notre Dome Kelloggs, um think tank sobre democracia e desenvolvimento humano, da Universidade Notre Dome, nos EUA. Para ele, a América Latina já viveu melhores momentos que o atual. “Hoje apenas 8% do continente ainda tem uma democracia no sentido mais completo da palavra. Refiro-me ao Chile, a Costa Rica e ao Uruguai”, disse durante a palestra virtual.
Mas ele completa que menos com esse panorama, o continente está melhor que nos anos 1970 e 1980. “Estamos muito distantes de uma democracia representativa com liberdade de expressão. A América Latina está muito longe de ter uma democracia de direito e da governabilidade democrática”, disse o senador, que ao mesmo tempo pondera que os regimes precisam fazer escolhas e negociar muito para manter a democracia.
“Desde os anos 90, tivemos uma onda democrata no mundo e na América Latina. No entanto, depois de instaladas, houve um retrocesso do modelo democrático.” Segundo ele, 70% dos países baixaram de “categoria democrática”.
“Na América Latina, apenas Chile, Uruguai e Costa Rica estão nesse conceito democrático pleno. Atualmente a maioria dos estados está quase falido. O crime e o narcotráfico estão instalados e a polícia não existe em certos territórios”, completa.
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