“Governo e Liderança Política: a última grande esperança da humanidade”. Este foi o enfoque da palestra do professor Steve Jarding, da Universidade de Harvard (EUA), proferida ontem na sede da RAPS em São Paulo, com transmissão ao vivo e online.
Segundo ele, o mundo vive tempos difíceis com uma imensa desconexão entre as lideranças e a sociedade. Somando-se a isso, citou os dramas que a humanidade vem enfrentando em escala planetária, como crise econômica, terrorismo, corrupção, desigualdade social, aquecimento global, o drama dos refugiados, escassez de recursos naturais, só para citar os mais evidentes.
Por outro lado, Steve Jarding destacou que a curva de conhecimento humano nunca cresceu tão significativamente em toda a história. “Nossa capacidade de aprender nunca foi tão grande como agora. O avanço tecnológico promove e dá escala ao conhecimento técnico e científico em todas as áreas e numa velocidade gigante. Se o cenário é deprimente, hoje temos inteligência para pensar, criar e resolver os principais problemas da humanidade.”
Ele destacou que vários setores estão empenhados na busca das soluções ou, pelo menos, na redução dos danos que vitimizam a sociedade e citou a atuação de organizações e iniciativas de caráter filantrópico, humanitário, religioso, cultural e educacional de todas as partes do planeta como grandes aliados nessa tarefa.
Entretanto, o especialista norte-americano em políticas públicas alertou que todas essas iniciativas juntas não dão conta de resolver as demandas sociais mundiais. “Nenhum desses grupos pode substituir o papel dos governos. É por isso que eu digo que nossa última esperança está nas mãos dos governos. Mas as lideranças políticas precisam se reinventar e os países que deverão protagonizar esses processos são Estados Unidos, Rússia, China, Índia, principais países da Europa e o Brasil.”
Steve Jarding disse que o Brasil reúne excelentes condições para se tornar uma grande liderança mundial. Possui grande riqueza em recursos naturais e humanos, mas padece de governos corruptos. Na visão dele, é mais do que urgente virar essa triste página e assumir um novo modelo de liderança política para enfrentar e vencer os desafios do século XXI.
“Não importa a ideologia, a vertente política, o gênero ou a religião. Liderança é atitude e sua ação criará impacto na sociedade e provocará as mudanças e os resultados que a humanidade tanto anseia. O segredo da liderança é saber que dá para fazer e ter a coragem de enfrentar a tarefa com seriedade, ética e comprometimento. Este é o líder do século XXI”, finalizou.
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