Convidada especial do Encontro de Líderes Políticos RAPS, a professora Ângela Alonso, do departamento de sociologia da USP, presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e colunista da Folha de São Paulo abriu o primeiro painel de discussão ao apresentar uma análise da conjuntura política a partir das manifestações iniciadas em junho de 2013.
“A política das ruas – protestos em São Paulo de Dilma a Temer” mostrou a mobilização da sociedade diante dos escândalos de corrupção no cenário político nacional, o nascimento de grupos e movimentos organizados, o engajamento de vários segmentos e o crescente distanciamento do cidadão em relação à classe política.
“Dos movimentos sociais nasceu a percepção acentuada de que os políticos não representam a sociedade e isso abriu espaço para pessoas de fora do universo político crescerem neste cenário, como Bolsonaro, João Dória e Sérgio Moro”, avaliou.
Para Ângela Alonso, o Brasil está num momento de grande fragilidade política. “Paradoxalmente, estamos diante de uma sociedade altamente mobilizada e de um governo absolutamente instável, que não conta com o apoio de nenhum segmento da sociedade.”
Transição
Na sequência, sob a mediação da Empreendedora Cívica ilona Szabó foi iniciado um ciclo de debates com o objetivo de construir uma agenda de transição para o Brasil, buscando alinhar uma estratégia de ação política das lideranças RAPS com vistas às eleições de 2018.
Na primeira rodada, o senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP) destacou a instabilidade do momento que o Brasil está vivendo e disse que o governo Temer não tem sustentação política na sociedade, uma vez que registrou o pior índice de aprovação: 7%. “Temos no exercício do governo alguém que não tem a condição preliminar de uma governante, que é a de liderar.”
O senador José Reguffe (Sem partido/DF), coordenador do encontro, também criticou a permanência de Temer na presidência e alertou para a necessidade urgente de uma ampla reforma política.
“O atual sistema favorece o poder econômico e as pessoas que já estão na política. O espaço para o cidadão comum que quer entrar na política a partir de ideias é muito restrito. Precisamos de uma reforma política profunda, que reduza o poder econômico e abra espaços para as pessoas comuns entrarem na política, inclusive com candidaturas avulsas.”
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