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O valor do capital natural é abordado em evento na RAPS

15 de abril de 2016

CAPITAL NATURAL
Especialistas também analisaram qual é a posição do mercado em relação à biodiversidade

Na última terça-feira (12/04), ocorreu, na sede da RAPS, em São Paulo, uma “Discussão Sobre o Valor do Capital Natural”. Este encontro, o segundo de uma série de quatro, foi promovido pelo Grupo de Trabalho Sustentabilidade Brasil, por meio do Eixo Temático Biodiversidade e Uso dos Recursos Naturais, que tem a coordenação de Roberto Waack, presidente da empresa AMATA Brasil e um dos coordenadores da iniciativa Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
Participaram da mesa os seguintes convidados especiais: Alexsandro Holanda, diretor financeiro da AMATA Brasil; Carlos Eduardo Frickmann Young, professor associado do Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT/PPED); Fernando Malta, assessor técnico e de relações institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Mario Prestes Monzoni Neto, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV); e Plínio Ribeiro, diretor executivo da empresa Biofílica Investimentos Ambientais.
O debate, que durou pouco mais de duas horas, teve como um de seus principais focos o valor comercial atribuído às commodities ambientais, principalmente as associadas a mudanças climáticas, como o carbono. A discussão também agregou perspectivas éticas e ideológicas sobre propriedade, consequências sociais e meio ambiente.
De acordo com Plínio Ribeiro, o desafio das políticas públicas talvez seja o elemento mais significativo para se levar em conta neste momento. Para ele, é necessário superar a “briga” ideológica e preparar o terreno para iniciativas empresariais. “No Brasil, existe um apetite grande por investimentos em recursos naturais. Mas, os empresários precisam entender o quadro regulatório no qual tenham mais segurança para realizar esse tipo de ação financeira”, afirma Ribeiro.
O diretor executivo da AMATA Brasil, Alexsandro Holanda, declarou que o consumidor que questiona a origem dos produtos tem um grande poder de decisão sobre o futuro sustentável. Sendo assim, segundo Holanda, o empresário precisa se adequar a práticas voltadas à sustentabilidade, para evitar a perda de clientes para produtores mais conscientes nesse aspecto.
Apesar do alerta de uma possível preocupação por parte do empresariado, o assessor técnico e de relações institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) mostrou uma postura crítica. “Como as empresas podem tomar decisões? O empresariado fica com medo de investir, pois nunca se sabe quais são as verdadeiras regras do jogo”, afirmou Fernando Malta.
Na mesma direção de raciocínio seguiu o professor da UFRJ Carlos Eduardo Frickmann Young. De acordo com ele, se a própria sociedade não atribui grande valor à biodiversidade, de certa maneira isso acaba sendo refletido, negativamente, no investimento empresarial.
Após o público presente e os internautas fazerem perguntas aos convidados, o professor Mario Prestes Monzoni Neto alertou, entre outras coisas, para o fato de que é preciso que os governantes assumam uma postura mais assertiva em relação ao futuro sustentável. “Eu acredito no mercado, pois ele tem um papel extremamente importante. Se o deixarmos atuar, tenho certeza de que os problemas serão resolvidos. Basta pegar a Política Nacional sobre Mudança do Clima e verá que está tudo descrito ali. No entanto, precisamos de alguém que realmente chame o Estado de meu”, finalizou Neto.
Acesse e participe!
Se você deseja saber mais sobre a série de eventos para a construção de uma Visão Compartilhada de Sociedade Sustentável, clique aqui e acesse o hotsite.
Membros da RAPS também pode participar das discussões, enviar sugestões e coeditar o documento final sobre os eventos na Plataforma RAPS.

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