Evento de formação da turma de 2015 recebeu especialistas que debateram sobre reforma política e mudanças climáticas
Nos dias 16 e 17 de maio foi realizado o Módulo I de Formação de Líderes RAPS da turma de 2015. O encontro teve como temas centrais “Governança, Democracia e Reforma Política” e “Mudanças Climáticas e Sustentabilidade: Qual é a Posição do Brasil?”. Durante os dois dias de exposições e debates, três painéis foram apresentados aos participantes.
Na manhã do sábado (16), o presidente do Conselho da RAPS, Guilherme Leal, afirmou que a política é o elemento central às transformações da sociedade. Segundo Leal, a RAPS nasceu para contribuir para a melhora da qualidade da representação política no Brasil.
Na abertura do Painel 1, a Reforma Política foi abordada pelo professor, da Fundação Getúlio Vargas, Cláudio Couto. Ele disse que não existe a “mãe de todas as reformas”. De acordo com Couto, é preciso fazê-la a fim de buscar solução para problemas específicos e claramente identificados, como custos de campanha, financiamento público e reeleição.
Já o ex-deputado federal Alfredo Sirkis apontou os altos custos das propagandas eleitorais como um dos principais problemas a serem considerados nas discussões sobre Reforma Política e financiamento de campanhas. “As grandes produções dos programas de televisão são o que mais encarece as campanhas, que chegam a custar milhões de reais.”
O ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), analisou que é necessário facilitar, fomentar e promover a participação ativa da sociedade na vida política, por meio da democracia direta.
Ao final da manhã do primeiro dia do evento, divididos em três grandes grupos no formato de “World Café”, os Líderes RAPS deram continuidade às discussões.
No período da tarde, os cientistas políticos do Insper, Carlos Melo e Humberto Dantas, criticaram as propostas de Reforma Política em tramitação no no Congresso Nacional e apontaram riscos de o Brasil chegar a uma conjuntura ainda pior.
Com apontamentos duros durante a maior parte de sua exposição, Carlos Melo disse que um dos maiores problemas no Brasil é o patrimonialismo nos partidos, que não favorece a renovação das lideranças.
Já de acordo com Humberto Dantas, a Reforma Política não pode ser a simples junção de várias boas propostas se elas não funcionarem de forma sistêmica, coerente e conectada.
No segundo dia do Módulo I de Formação de Líderes RAPS 2015, o tema discutido, além das mudanças climáticas, foi a posição do Brasil na Conferência sobre o Clima (COP21), que será realizada em dezembro, em Paris, na França.
No domingo (17), a palestra inicial foi feita pelo professor, físico e ex-ministro e secretário de Ciência e Tecnologia e de Meio Ambiente, José Goldemberg.
Após apresentar um histórico sobre o crescimento das emissões de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera a partir da Era Industrial, Goldemberg explicou que o objetivo da COP21 é estabelecer compromissos entre os países a fim de estabilizar a concentração dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) em níveis que impeçam os impactos no clima.
Em seguida, ocorreu um debate acerca de como os diversos setores da economia estão tratando as questões de mudanças de clima no Brasil e sobre quais serão as propostas que o país levará para a COP21.
Com mediação de um dos membros do Conselho da RAPS, Fernando Rei, participaram da discussão os convidados e especialistas: professor Calixto Salomão Filho (USP), deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), diretor do Centro Brasil no Clima, Alfredo Sirkis, e o presidente da AMATA Brasil, Roberto Waak