“Transição e segurança energética” é um dos nove eixos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado esta semana pelo Governo Federal. Os recursos apresentados, no entanto, ainda se mostram incompatíveis com a proposta de transição: dos investimentos previstos para esse eixo, mais de 60% (ou seja, 2/3 do total) vão para combustíveis fósseis.
Na Petrobras, os investimentos em transição energética ainda não foram esclarecidos, e, dos 47 projetos sob comando da empresa no PAC, 19 se destinam à produção de petróleo e gás. Essas prioridades ainda não dialogam com a proposta governamental de criar um limite para as emissões de carbono de grandes empresas como parte de uma iniciativa de transição verde destinada a alcançar a neutralidade de emissões de CO2 até 2050.
A substituição dos combustíveis fósseis – um dos grandes responsáveis pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, pela crise climática – é um passo fundamental para sociedades mais sustentáveis, que funcionem à base de uma energia verde. Só assim se poderá avançar em ações de adaptação à mudança do clima.
Transição verde e gênero
E um outro aspecto dessa crise é o de gênero: as mulheres estão mais expostas às consequências das mudanças climáticas, mas estão sub-representadas no setor de energia. Também nesse sentido, a transição para fontes renováveis promete trazer avanços, com a possibilidade de expandir as oportunidades para as profissionais que atuam no segmento. Um levantamento da iniciativa Um Só Planeta mostrou que, globalmente elas representam 32% da força de trabalho nos projetos e empreendimentos de energia renovável, enquanto são apenas 22% na indústria de petróleo e gás fóssil.
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