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RAPS debate Amazônia e eleições no encerramento do 2º Minicurso de Jornalismo Ambiental

26 de maio de 2022

RAPS debate Amazônia e eleições no encerramento do 2º Minicurso de Jornalismo Ambiental

O futuro da maior floresta tropical do mundo corre risco de não ser nada animador. A Amazônia, agente fundamental na mitigação da atual crise climática, vem acumulando, nos últimos anos, índices crescentes de desmatamento, números que colocam a região no radar dos debates das comunidades internacionais.  

Pesquisa encomendada pelo iCS (Instituto Clima e Sociedade) e realizada pelo PoderData, publicada em setembro do ano passado, trouxe um dado relevante: para 80% dos brasileiros, a proteção da Amazônia precisa ser uma prioridade para os candidatos à Presidência da República em 2022.  

Em outro estudo, este realizado pela RAPS em conjunto com Uma Concertação pela Amazônia, apresentou um achado preocupante: os deputados federais eleitos da região da Amazônia Legal votam, majoritariamente, contra projetos de proteção ambiental e a favor de projetos que comprometam a preservação do meio ambiente. 

Buscando debater os rumos que a Amazônia tomará após as eleições de 2022, a diretora executiva da RAPS, Mônica Sodré, foi uma das convidadas do debate “Mesa Aberta – Amazônia e Eleições”, realizado na quinta-feira (26) no encerramento do 2º Minicurso de Jornalismo Ambiental do site ((o))eco. Além dela, participaram a jornalista Miriam Leitão e o pesquisador Caio Pompeia. 

Miriam Leitão destacou o peso das eleições deste ano. “As eleições são sempre decisivas, só que essa é mais, muita coisa que está em jogo. E eu estou convencida como cidadã, jornalista e pessoa que acompanha a política brasileira há tantos anos, que a grande questão é a questão democrática” disse. Para ela, “a partir da definição da questão democrática nós vamos decidir, de forma compartilhada e negociada, o caminho a seguir. Então, é mais do que uma simples decisão: vamos escolher o futuro do país”. 

Outro ponto abordado pela jornalista foi para um eventual isolamento internacional do Brasil caso os altos índices de desmatamento não diminuam. “Com esse ritmo de destruição da Amazônia, certamente nós ficaremos fora do mundo, e não é apenas uma figura de linguagem. Nós seremos colocados à parte, seremos um país pária”. 

Já sobre a Amazônia Legal, Mônica Sodré indica que “a gente precisa ter também uma visão de desenvolvimento da região que passe pela agenda da sustentabilidade, que gere emprego e renda à população que lá está e que também traga o social ao centro do debate, sendo esta uma das regiões com menores indicadores econômicos e sociais do país”. 

A diretora executiva da RAPS também enfatizou o desafio de fazer a pauta da sustentabilidade ser engajada por todos os espectros políticos e não ficando restrito apenas a um grupo. “Sustentabilidade precisa ser vista para além das diferenças ideológicas, não pode ser vista como uma questão da esquerda. Tem que estar acima de qualquer disputa entre direita e esquerda”. 

Mônica expressou a sua preocupação de trazer a pauta verde para mais perto das pessoas para mostrar que floresta no chão traz impactos para além dos ambientais. “É preciso fazer um investimento em conectar a pauta ambiental à pauta econômica e social. É preciso fazer um investimento em falar de clima e mudança climática a partir de uma linguagem que faça sentido pra vida das pessoas”, argumentou.  

“As pessoas precisam entender que se derrubar árvore na Amazônia, ou em qualquer lugar, significa sobrecarga no sistema de saúde, e pode significar que o meu filho não vai ter atendimento no hospital quando precisar porque o hospital vai estar lotado. A questão climática significa ter acidentes mais recorrentes, teremos secas e, por exemplo, as enchentes serão mais comuns em alguns lugares do território e isso vai significar que as populações mais vulneráveis serão atingidas”, disse a diretora executiva da RAPS. 

Assista ao debate na íntegra:

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