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Primeiro Café Parlamentar do ano debate clima e eleições 2022

11 de maio de 2022

Primeiro Café Parlamentar do ano debate clima e eleições 2022

Há cinco meses das eleições, caminhamos para aquele que será um dos pleitos mais importante da nossa jovem democracia, definindo por qual caminho o Brasil seguirá a partir de 2023: um país que respeita as instituições democráticas e comprometido com um desenvolvimento sustentável, ou uma nação que ataca sistematicamente a sua democracia, flerta com o autoritarismo e faz dos seus recursos naturais um bem desvalorizado.   

Para entender o cenário eleitoral e discutir o atual modelo brasileiro de gestão do clima e meio ambiente, a RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade) promoveu nesta quarta-feira (11) o primeiro Café Parlamentar de 2022, iniciativa que reúne nossas lideranças do Congresso Nacional com especialistas para debater e refletir sobre os principais temas da agenda política legislativa.   

Nesta ocasião, realizamos, com mediação da nossa diretora executiva, Mônica Sodré, dois painéis: “O futuro é verde e a economia também deve ser: oportunidades e investimentos na pauta da sustentabilidade”, com a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; e “Eleições 2022: análise de conjuntura e tendências”, com Bruno Carazza, professor da Fundação Dom Cabral e colunista do Valor Econômico.  

Izabella Teixeira chamou atenção das lideranças RAPS sobre um erro que vem sendo praticado em todo o mundo pela sociedade civil, empresários e atores políticos sobre a agenda ambiental, onde as ações, visando a mitigação dos efeitos climáticos, são negligenciadas mesmo com uma realidade de crise. “A temperatura média da Índia e do Paquistão na semana passada foi de 47ºC a 65ºC no chão”, diz.  

Ainda usando o exemplo dos países asiáticos, ela chamou atenção para outros desdobramentos: o econômico e o humanitário. “ Isso (aumento da temperatura) provocou uma demanda de energia elétrica na Índia que levou a um pico de energia e a um aumento imediato inflacionário do custo de energia. O resultado foi um aumento inflacionário dos alimentos”.  

Izabella também atentou que o mercado de carbono, as chamadas concessões florestais, a revisão do modelo das cadeias de valor, pecuária brasileira, entre outros, devem ser prioridades nas discussões no Congresso Nacional, não apenas para definir regulamentação, mas ações que evitem retrocesso do país, enfatizando que “não há segurança alimentar sem a agricultura brasileira, mas não há agricultura brasileira sem segurança climática e não há segurança climática sem a Amazônia em pé”.   

No painel seguinte, Bruno Carazza iniciou com uma análise do quadro político atual, começando pela divisão dos fundos partidário e eleitoral entre os blocos que apoiam Bolsonaro e o ex-presidente Lula. De acordo com o professor da Fundação Dom Cabral e colunista do Valor Econômico, “o grupo que apoia o atual presidente ficou com R$ 1,4 bi, enquanto o grupo que está ao lado do candidato do Partido dos Trabalhadores ficou com R$ 1,2 bi”.  

Outra circunstância abordada foi a intensa movimentação durante a janela partidária, prazo para que candidatos mudem de partido sem risco de perder o mandato, que foi encerrada em abril. Para Carazza, nessa articulação teve um lado que se saiu melhor. “Claramente houve um bloco que se saiu vencedor, principalmente o bloco do PL, PP e Republicanos, o bloco que se organiza para centralizar as forças de apoio a Bolsonaro nas próximas eleições”, diz. “Eles conseguiram centralizar um número muito grande de parlamentares tanto em nível federal quanto em nível estadual”.  

Sobre a chamada terceira via, ele apontou, entre outros fatores, que uma das causas para nenhum candidato desse bloco decolar nas pesquisas é a rejeição. “Os principais nomes da terceira via testados até agora têm uma rejeição muito alta no eleitorado, tanto da esquerda quanto da direita”, aponta. “Ciro, Moro e João Doria têm uma rejeição muito grande do eleitorado, o que torna ampliar a perspectiva de voto muito difícil”.  

Outros assuntos debatidos com as lideranças RAPS foram a escolha de voto, onde 75% dos eleitores de Bolsonaro e de Lula não admitem mudar de candidato, efeitos do Auxílio Brasil na corrida eleitoral, porcentagem de cada candidato nas regiões do Brasil entre outros temas.

Foto: Robert Alves

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