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“Não sou alarmista, não sou negacionista, sou do grupo que toma providências”, diz prefeito de Toritama

15 de maio de 2021

Líder RAPs Edilson Tavares (PMDB-PE), prefeito de Toritama,  foi reeleito em 2020 com mais de 57% dos votos. Até 11 de abril, o município registrava 1.207 casos de Covid-19 registrados, 31 óbitos e 951 casos de recuperação. Apesar do tamanho do município, o menor de Pernambuco,  foi aparelhado com hospital de campanha e um intensivo plano de comunicação para informar e educar a população no enfrentamento. Tavares usou de todas as ferramentas, das redes sociais ao carro de som. Leia abaixo o que ele contou para a Isabelle Garcia, coordenadora de política da RAPS, no especial “Um ano de Covid-19. O que aprendemos?  Caminhos da Ciência e da Gestão Pública para superar a pandemia”.

Edição, Valéria França

Isabelle Rodrigues: Como foi esse início de mandato?
Edilson Tavares:
Estamos passando pelo momento mais difícil não só da crise sanitária, mas social também. Todos os gestores públicos passam por esse desafio, que nos move a socorrer a população, nesse momento tão necessário.

IR: O comércio local é uma preocupação de Toritama até mesmo pela trajetória dela. Entre eventos importantes da cidade, a Feira do Jeans, que faz parte do calendário da Feira do Polo de Confecção do Agreste. Como tem sido a discussão com o governo Federal para retomar a atividade econômico na pandemia?
ET: Somos o menor municípios de Pernambuco, porém referência na confecção de jeans. Produzimos 5 milhões de peças, que são vendidos na nossa Feira do Jeans, que tem 30 mil pessoas. Imagina que de uma hora para outra chega uma pandemia e o prefeito avisa que não vai ter feira. Somos uma monocultura. Temos discutindo muito para saber os caminhos possíveis para a retomada. Estivemos conversamos com o governo do estado para termos de volta nossa economia. Quando a Covid começou, achamos que iria durar 90 dias. Diziam seis meses e eu não acreditava. Já passa de um ano. Isso traz uma dificuldade maior em uma cidade em que 90%  trabalha com jeans. Até eu trabalho no ramo do jeans. Implantamos outras alternativas, que não resolveram, mas deram um alívio. O e-commerce ganhou força. O sistema de delivery que foi montado na nossa cidade não substitui a feira presencial, mas ajudou. Precisamos avançar nos protocolos. Quem achou que em 2021 não haveria mais pandemia, errou. Estamos em uma fase mais aguda e precisamos de medidas para sobreviver no ano que vem e em 2023.

IR: Temos visto que uma análise de medidas restritivas antes da acentuada transmissão, ajudam muito. Qual é o papel das lideranças políticas articulação desse trabalho conjunto?
ET:
Os prefeitos têm de tomar medidas necessárias, mesmo que desagradem à população. Precisamos praticar essas regras, porque não podemos desafiar a ciência. Tenho um pai que tem ponte safena. Há um ano que não dou abraço nele. Mas fazemos isso porque entendemos que neste momento é um gesto de cuidado. Não sou alarmista, nem negacionista, sou do grupo que toma providências. Abrimos hospitais de campanha, compramos respiradores, ambulância, ampliamos a equipe médica, reforçamos nosso estoque de medicação. Ao mesmo tempo fizemos o protocolo sanitário, cancelamos festas religiosas tradicionais, eventos coletivos, mas era o necessário a ser feito. O líder precisa aprender com o passado,  viver o presente e cuidar do futuro.

IR: Como tem sido a comunicação com a cidade? Há adesão das medidas sanitárias?
ET:
A nossa comunicação é permanente. Uma das coisas boas, advindas da pandemia, foi a presença do on-line, os canais abertos em aplicativos, redes sociais, lives, que não existiam no passado. Temos um programa semanal em duas estações de rádio que vamos presencialmente. Ampliamos o canal oficial. Temos um portal referendado sobre a Covid-19, onde divulgamos o boletim epidemiológicos do município, do bairros e os riscos por faixas etárias. Como a cidade é pequena ainda usamos o carro de som, pedindo para as pessoas usarem máscara e álcool. Tem muita informação, algumas são ruins. O cidadão precisa saber identificar. Há formas de se proteger. Nós fizemos campanha durante a pandemia, mas eu não peguei Covid-19, porque me protegi. As pessoas diziam que o brasileiro nunca iria usar máscara, que isso era coisa de ocidental. Mas tem gente usando e que ainda adverte quem não usa. Vamos usar máscara por muito tempo, mesmo com a vacina. Temos que nos proteger até de novas pandemias que possam surgir.

 

 

 

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