A falta de uma política verde do Brasil ficou ainda mais exposta esta semana, com a organização da Cúpula do Clima, nos EUA. O Brasil ganhou os holofotes globais com a imagem de “pedinte” – segundo as palavras do vice-presidente Hamilton Mourão – e não apresentou qualquer contrapartida positiva.
Ao contrário, a denúncia recente da maior apreensão ilegal de madeira na história da Amazônia, tendo o ministro Ricardo Salles como defensor dos transgressores, mostrou como o país segue na contra-mão da sustentabilidade.
Nos bastidores, o problema já vem sido discutido. No início de abril, 8, foi promovido um encontro entre os Líderes RAPS do Congresso Nacional e representantes do IPDD, Investors Policy Dialogue on Deforestation, (IPDD, na sigla em inglês), grupo formado por 55 fundos internacionais de investimentos responsáveis pela gestão de US$ 7 trilhões.
A equipe RAPS mediou a conversa, com objetivo de permitir que os parlamentares tomem ciência da gravidade da situação brasileira e se empenhem em barrar medidas, que possa ampliar o desmatamento ou violar os direitos dos povos tradicionais. A postura do Governo afasta os investidores e afeta negativamente a economia do país, principalmente em um cenário de pandemia, que dura mais de um ano.
Participaram do evento intitulado “Fundos de Investimentos”, os deputados Raul Henry (MDB-PE), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Alessandro Molon (PSB-RJ), Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), Pedro Vilela (PSDB-AL), Vinicius Poit (NOVO-SP), o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), além de Danielle Carreira, diretora de finanças do setor de engajamento da TFA/WEF.
Vale lembrar que até dezembro, a devastação da floresta amazônica foi três vezes maior do que a meta para 2020 apresentada pelo Brasil na Convenção do Clima, na França, em 2009, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ruim para os negócios e para a vida das pessoas.
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