A RAPS se mobilizou com cinco de seus Líderes RAPS — os deputados estaduais Marina Helou (REDE), Patrícia Bezerra (PSDB), Sergio Victor (NOVO), Ricardo Mellão (NOVO) e a codeputada Claudia Visoni (REDE) — contra a punição de 119 dias do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), que o grupo considerou branda pelo ato de Cury, flagrado apalpando o seio da também deputada estadual Isa Penna (PSOL) durante uma sessão do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em dezembro do ano passado. A RAPS, que tem como um de seus valores a democracia, luta pelo respeito às mulheres em todos os seus espaços de ocupação e repudia qualquer ato que atende contra a integridade física ou moral de uma mulher.
Superando possíveis diferenças partidárias e em uma demonstração de amizade cívica, o grupo divulgou em conjunto o vídeo “A pena para assédio é cassação” nas redes sociais na quarta-feira (31/03), opondo-se à punição de 119 dias determinada pela Comissão de Ética da Casa – e que permite Cury manter seu gabinete e funcionários.
Caso a punição fosse superior a 120 dias, ele seria afastado e perderia seu gabinete, sendo substituído por seu suplente, Padre Lobato (PV), que poderia formar seu próprio gabinete. A proposta original do colegiado, elaborada pelo deputado Emídio de Souza (PT), pedia o afastamento do parlamentar por 180 dias, sem remuneração, e seu gabinete seria desintegrado.
A votação de perda temporária do mandato de Cury, realizada em sessão virtual, durou cerca de oito horas e terminou sem consenso. A deputada Penna, que sofreu o assédio, teve sua fala cortada nas três sessões extraordinárias da Alesp e impedida de expor seus argumentos.
Devido à pressão por uma pena maior, o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), convocou o Colégio de Líderes das bancadas, os membros do Conselho de Ética e o corregedor da Assembleia para que se reúnam a partir das 9h desta quinta-feira (1º/4) em busca de uma “saída política” unânime, porém comenta-se na imprensa que seria uma manobra para garantir os 119 dias.
Representantes da oposição que defendiam a cassação do mandato do deputado tentaram obstruir o processo pela Justiça. O Tribunal de Justiça de São Paulo, porém, negou o pedido de liminar apresentado pela deputada que sofreu o assédio.
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