Pesquisas ajudam a definir estratégias
“Pesquisas servem para diminuir as incertezas e otimizar os custos da campanha.” Com esta afirmação, o especialista em pesquisas eleitorais e doutor em Ciências Políticas, Jairo Pimentel abriu a roda de conversa com um grupo de Líderes RAPS participantes do Módulo II de Formação e Capacitação.
Jairo Pimentel alertou que numa campanha há limitação de recursos e de tempo. Por isso, é preciso traçar as estratégias de forma inteligente e as pesquisas são fundamentais justamente para definir essas estratégias. A partir das pesquisas, é possível fazer um diagnóstico da conjuntura local, conhecer a avaliação que a população faz do governo, identificar os principais temas que preocupam a sociedade e descobrir sobre qual universo se dará a campanha. Além disso, as pesquisas são importantes para monitorar o comportamento do eleitor e dos concorrentes durante o período eleitoral.
Ele explicou também as especificidades de pesquisas qualitativas, quantitativas e traking. Jairo provocou uma ampla discussão no grupo ao afirmar que a campanha eleitoral “não é um fator decisivo para vitória na eleição”. Segundo ele, o eleitorado já tem uma predisposição ao voto. Durante toda a campanha, isso muda muito pouco. “Mesmo que haja oscilações, as forças acabam se equilibrando e confirmando a tendência inicial indicada pelas pesquisas.”
Abusos na campanha
O advogado especialista em Direito Eleitoral, Alexandre Bissoli (Líder RAPS 2013) coordenou outra roda de conversa que abordou aspectos jurídicos da campanha eleitoral.
Ele explicou que a Justiça Eleitoral está atenta a três possíveis abusos que o candidato pode cometer na campanha: abuso do poder político, abuso do poder econômico e abuso do uso dos meios de comunicação social. Em todos esses casos, a condenação é passível de inelegibilidade, ou seja, o diploma do eleito pode ser cassado.
Sobre o uso das redes sociais, Bissoli ponderou que são consideradas meios de comunicação pessoal, portanto podem ser usados na campanha desde que não sejam na forma de links patrocinados ou publicação impulsionada, ou seja, não pode envolver pagamento por compra de espaço ou potencialização das visualizações.
Na opinião dele, a Justiça Eleitoral deverá manter as restrições no uso dos mecanismos tecnológicos e alertou que cada nova eleição ganha novas regras na forma de resolução.
Redes sociais em alta
Embora a TV continue sendo o principal meio de comunicação numa campanha eleitoral, as redes sociais hoje têm um peso considerável na divulgação do candidato. Por isso, merece uma estratégia de comunicação direta e pessoal capaz de aproximar o eleitor. Com essas recomendações, o publicitário David Meneses abriu a discussão da roda de conversa temática sobre redes sociais e informou que 46% do eleitorado brasileiro está conectado.
Ele explicou que estamos na era multimídia e todos os meios devem ser considerados numa campanha. “A segmentação das mensagens de acordo com o perfil e os interesses do grupo a ser conectado é o caminho para o sucesso desta estratégia.”
Sobre este tema, o grupo de Líderes RAPS discutiu ainda os aspectos racional e emocional das campanhas eleitorais, o comportamento do eleitor durante as campanhas e a rejeição à política demonstrada pela sociedade.
Saiba mais sobre o Módulo II de Formação e Capacitação dos Líderes RAPS 2015
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24 de agosto de 2015